Comitiva do CNJ e representantes do GMFs conhecem o método Acuda


Em visita ao espaço, se impactaram com as ações de ressocialização da entidade

Por Assessoria de Comunicação Institucional
14/08/2024



A ousadia de uma instituição para buscar métodos revolucionários de reinserção de reeducandos na sociedade já reverberava em encontros nacionais, mas era preciso conferir de perto o trabalho da Acuda- Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso, por isso no 3º Encontro Nacional dos GMFs que ocorreu em Porto Velho na semana passada, incluiu a visita ao local pelos participantes do evento.

“É um espaço de redenção, não apenas pelo cumprimento da pena em si, mas pela libertação que surge da alma de pessoas que entenderam o que são e representam para si próprias e a partir de então se liberam para compreensão do sentido para o que elas fazem para outras pessoas, no convívio com o mundo. Não se trata de uma realização simples, é algo bastante sofisticado, porque nós estamos buscando nessa metodologia formas de uma terapia penal, diria até extravagante, mas extremamente eficiente para o cumprimento de uma pena”, disse o juiz auxiliar da presidência do CNJ e coordenador do Departamento Nacional de Fiscalização dos Sistema Carcerário, Luís Lanfredi, sobre o que viu.

Além dele, outros representantes do DMF e CNJ, como o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Otávio Augusto de Almeida, que fez questão de conversar com os integrantes de Bizarrus, que faziam mais um ensaio da peça. Na noite anterior à visita o espetáculo foi apresentado aos visitantes e por isso não faltou assunto. “Vocês estão de parabéns pelo trabalho, de alto nível e de grande repercussão humana”, opinou ao se dirigir ao grupo de atores.

A comitiva visitou também as oficinas de reiki, massagem ayurvédica, ventosas, aromaterapia, artesanato de argila, tapeçaria, oficina mecânica, padaria, entre outras atividades ofertadas na Acuda.

Impressões

O espaço humanizado, com oficinas que trabalham o indivíduo internamente e ainda propondo uma interação e o compartilhamento ao invés do isolamento e da exclusão foram aspectos que impressionaram os visitantes.

“É uma situação especial que rompe com paradigmas, com maneiras de se tratar o preso, o condenado, que são heterodoxas. Fico muito impressionada com o que eu estou vendo, com o que já tinha ouvido muito falar da Acuda, sobretudo de seus produtos e resultados, do qual Bizarrus é apenas uma dessas expressões.  Efetivamente um modelo sofisticado de recuperar a alma, e pela alma chegar a um padrão de reconciliação dessas pessoas com a sociedade”, reforçou Lanfredi ao observar que muitas vezes se aposta na ressocialização ou a reinserção sem mesmo ter compreendido o que é a socialização ou mesmo a inclusão.

“Essas pessoas vêm de experiência de exclusão, e é justamente a chave do que a Acuda trabalha para ser vencida de dentro para fora. Primeiro, você cativa, você conquista pessoas pelo que ela compreende de si própria. Não adianta trabalhar as interferências externas sobre determinado indivíduo se ele não se entende enquanto parte dessa mesma sociedade. Que não se vê como alguém que pertence a essa mesma sociedade. E a Acuda nos viabiliza isso, a promoção do cumprimento de pena rompendo com todos os dilemas e harmonizando todos os desafios que conspiram para uma segurança melhor de todos”, finalizou o supervisor do DMF.

Assessoria de Comunicação Institucional